Sociedade

Sílvia Padinha ambiciona uma “Ilha da Culatra para todo o ano”

 
O projeto de intervenção e requalificação da Ilha da Culatra foi aprovado na quarta feira, onde está previsto que os pescadores, mariscadores e viveiristas, possam legalizar as suas habitações num prazo de 30 anos.

 
O anúncio do gabinete do Ministro do Ambiente deu uma nova esperança ao núcleo da Culatra que, desta forma pode ver a continuidade das casas para os filhos; desde que mantenham a mesma atividade.
 
O gabinete do Ministro do Ambiente realça o investimento na reabilitação do espaço público no valor de 1.5 milhões de euros, o que na posição de Sílvia Padinha, “é um investimento absolutamente necessário para todos quantos habitam na Ilha, mas também para quem a visita.”
 
Perante este anúncio, Sílvia Padinha disse ao Algarve Primeiro que, “esta notícia já era esperada porque há muitos anos que andamos a trabalhar neste projeto.”
 
Depois de sucessivos atrasos e de muitas lutas em torno deste trabalho que implica intervenções profundas em todo o espaço público da Culatra, Sílvia Padinha reforça também a importância “de se criar regras para a preservação do ambiente e para a continuidade da atividade dos pescadores, pois a Ilha da Culatra sem essa atividade piscatória, é como o mar sem peixe.”
 
Sílvia Padinha que tem sido o rosto mais visível de uma luta em representação de todos os moradores da Ilha, assegura que, a comunidade sempre desejou que este projeto se concretizasse, pois “essa sempre foi a nossa grande luta. Nós não queremos viver à margem da sociedade, muito menos sermos vistos como ‘intrusos’ ou ficarmos esquecidos. Queremos que se preserve o ambiente, que sejam atribuídas regras de bom funcionamento e convivência, como existem noutros locais, agora que foi encontrado esse consenso.”
 
“As pessoas precisam de tranquilidade para trabalhar; para permanecerem neste lugar do qual fazem parte, mas onde é preciso intervir em diversas áreas para melhorar as condições de vida destas gentes”, é a grande mensagem de Sílvia Padinha, pois “o Governo anterior já tinha dado alguns passos nesse sentido, este executivo acabou por concretizar e nós cá estamos para lutar por aquilo que consideramos ser o melhor para esta comunidade.”
 
Segundo Sílvia Padinha, “a Culatra representa não só o nosso local de trabalho, como também o sítio onde temos as nossas casas, a nossa vida. Para tal, é mesmo preciso que este processo avance no terreno para que se possam fazer as intervenções necessárias, salvaguardando um conjunto de interesses, seja ao nível do património histórico e ambiental, seja na transmissibilidade das casas, de forma a dar continuidade à atividade piscatória que é a principal fonte de rendimento daqueles que cá vivem todo o ano.”
 
A responsável diz que, o investimento previsto para esta fase “certamente que vai melhorar os espaços públicos, seja em termos de iluminação, melhoramentos na entrada da Ilha e nos passeios, pois não sendo possível mais neste momento, já é uma ajuda importante.” Mas um outro ponto não menos relevante, “é o trabalho de melhoramento previsto para a atividade piscatória na Ilha. Já estamos a trabalhar com a Docapesca nesse sentido, pois precisamos de um porto de abrigo e de regras que protejam os pequenos pescadores”, evidenciando que,“ daqui a trinta anos queremos que a Culatra esteja preservada e que constitua uma fonte de rendimento e um espaço agradável para as gerações futuras e isso implica trabalhar nesse sentido, seja entre nós, seja com os organismos competentes.”
 
Sílvia Padinha insiste “na necessidade de proteger a pequena pesca que, muitas vezes é ameaçada e esquecida pela falta de regras, o que naturalmente levará a que os pequenos pescadores percam o seu espaço; a sua fonte de rendimento“.
 
A Presidente da Associação de Moradores/pescadores da Ilha da Culatra acredita que, “a notícia que foi publicada pelo Governo, representa uma luta de vários anos, de adiamentos; de avanços e recuos, “mas estamos sempre a tempo. Aquilo que se vai fazer agora, só peca por tardio, pois há décadas que reclamamos a preservação deste núcleo, que primamos pela preservação da natureza e pela harmonia entre quem cá vive e quem nos visita.”
 
Ao nosso jornal, Sílvia Padinha sublinhou a importância de “ter uma Culatra para todo o ano e, para isso, é preciso condições. Já temos escola e alguns serviços, mas há muita obra por fazer. Depois deste anúncio, quero ver os trabalhos no terreno e continuar a trabalhar, pois estamos todos prontos para lutar por esta Ilha.”
 
Algarve Primeiro