Em oposição, a maturidade emocional leva-nos a tomar consciência de nós próprios, a assumir responsabilidades, compromissos, respeito por nós mesmos e pelos outros, além de munir-nos de forças para enfrentar os desafios e superar as dificuldades através da resolução de problemas, de modo realista e com comportamentos equilibrados.
Tanto a maturidade como a imaturidade refletem-se nos nossos comportamentos, daí ser importante ter em conta estas características:
1. Pessoas egocêntricas
Entender que o mundo não gira ao seu redor é um grande passo no processo de construção da maturidade.
Amadurecer implica assumir que a nossa liberdade termina quando começa a das outras pessoas, que temos de ser responsáveis pelos nossos atos, escolhas e decisões, que podemos alimentar a criança interior que temos, mas sem perder de vista que somos adultos, conscientes e à altura dos nossos compromissos e responsabilidades. As pessoas imaturas prolongam a infância sempre à espera que os outros lhes façam todas as vontades quando, essa é uma obrigação sua.
2. A dificuldade em assumir compromissos
À medida em que vamos amadurecendo, percebemos a diferença entre a criança que não assume os seus compromissos e responsabilidades e o adulto que tem de enfrentar a vida corajosamente, com momentos de mais ou menos força, mas que sabe que não vale a pena esconder-se e fugir de si mesmo, dos outros e da própria vida. Ser maduro implica admitir que nem sempre se ganha e que nem sempre se perde, que temos de desistir de algo em detrimento de outra situação e que nem tudo decorre como desejamos, mas que podemos sempre procurar alternativas e conhecimento para que não repitamos os erros da mesma forma, sem esquecer que ainda menos podemos comprometer a vida dos demais pela nossa inconsciência e imaturidade.
Através do processo de maturidade compreendemos que os sacrifícios e as restrições são necessárioas para alcançarmos o sucesso. Comprometer-se com uma meta ou uma pessoa não é uma limitação da liberdade, mas uma condição para poder projetar-se melhor a longo prazo.
3. Atribuir culpas aos outros
Amadurecer é compreender que somos os únicos responsáveis pelo que fazemos ou deixamos de fazer. Reconheça os seus erros e aprenda com eles. Saiba reparar os danos que causou e aprenda a pedir perdão.
4. Estabelecer laços de dependência
Para as pessoas imaturas, os outros são um meio e não um fim em si mesmos. Lidam com os outros não por amor, mas por necessidade. Esta dependência faz com que se escondam das responsabilidades, que fujam dos problemas e que não desenvolvam autonomia. Quando algo não corre como desejam, atribuem as culpas aos demais quando a responsabilidade é e deveria assumir-se como sua. Ao não amadurecerem, acabam por não desfrutar de liberdade, do prazer de viver e de fazer as suas escolhas em prol do que desejam. Acabam frustradas, mas nada fazem para libertar-se e assumir-se tal como são.
5. Irresponsabilidade na gestão do dinheiro
A impulsividade é uma das características mais marcantes nas pessoas imaturas, o que as leva a gastar demasiado, mesmo sem recursos, a comprar aquilo de que não necessitam pelo desejo de satisfação momentânea e por não reunirem consciência suficiente para pensar a médio e longo prazo. Estas pessoas gostam de aventuras pouco refletidas que as levam a gastar o dinheiro que não possuem, sendo fácil o endividamento, o recurso a familiares ou amigos para pagar despesas e daí por diante. É a falta de análise sobre as suas consequências que leva a que estes perfis vivam sempre “na corda bamba” e, em muitos casos, acabam por arruinar-se e a prejudicar quem vive com eles ou lhes empresta dinheiro.
Os psicólogos afirmam que «a pessoa não decide ser imatura, logo deve ser ajudada no sentido de tomar consciência dos seus atos». Em muitos casos, esta imaturidade resulta de uma infância pouco consciente, rigorosa e pouco dada ao desenvolvimento da responsabilidade e da capacidade de avaliar os seus comportamentos. Também há momentos difíceis pelos quais as pessoas passam que as podem conduzir a atos irrefletidos e à desresponsabilização.
Crianças que não são educadas para a autonomia, para a consciência de si mesmas, para a necessidade de evoluir, de aprender mais e de enfrentar os problemas, também podem tornar-se em adultos imaturos.
Seja qual for a situação, é sempre tempo de melhorar esta postura com uma tomada de consciência pessoal, entendendo o que o leva a agir dessa forma e a modificar hábitos e crenças enraizadas. As pessoas com quem convivemos podem dar uma ajuda, tal como familiares empenhados no processo.
O apoio de um psicólogo igualmente constitui uma alternativa para quem deseja construir o caminho da maturidade e enfrentar a vida de uma forma mais plena e feliz.