«Para manter o Algarve Livre de Petróleo precisamos da sua ajuda», este é o mote que levou à criação de um campanha de crowdfunding lançada pela Plataforma Algarve Livre de Petróleo, com o apoio do comediante algarvio, Dário Guerreiro que protagoniza Môce dum Cabréste.
A PALP adianta que em Abril de 2017, foi interposta uma providência cautelar para deter "o iminente furo de prospeção em frente a Aljezur", pelo que a campanha agora lançada, serve acima de tudo, para angariar fundos destinados "a cobrir os custos com tribunais e advogados, que poderão ascender a vários milhares de euros".
A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) foi criada em Março de 2015 por vários cidadãos e entidades, com o objetivo de incentivar o debate público sobre a prospeção, pesquisa, desenvolvimento e a produção de petróleo e gás natural em Portugal e vê com muita apreensão o futuro do Algarve "dados os impactos que esta atividade poderá ter na região muito dependente do turismo e do mar, com grande biodiversidade e beleza natural única".
A PALP, diz que haverá consequências na saúde, nas alterações climáticas, na qualidade de vida das populações, na fauna e flora marinhas e também no turismo.
Apesar de ter interferido no sentido de cancelar todos os contratos de exploração de petróleo vigentes. Foram já cancelados dois em terra, aguardando a confirmação oficial sobre a eventual rescisão de outros quatro, no mar, a sul.
Contudo, está iminente o início de prospeção ao largo do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, pelo que, a par do trabalho de sensibilização e de contestação desenvolvido, no dia 27 de Abril, foi interposta uma providência cautelar contra o Ministério do Mar e a Direcção Geral dos Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos de forma a impugnar o acto administrativo que permite ao consórcio ENI/ Galp avançar com o furo ao largo daquela zona da costa.
A mesma Plataforma, relembra que por todo o mundo, procuram-se formas de utilização de energias alternativas que permitam a substituição dos combustíveis fósseis, que são responsáveis por uma parte significativa do aquecimento global e pela destruição de habitats economicamente fundamentais para a população humana.
A insistência na corrida por novas reservas para manter este tipo de produção assenta num modelo energético ultrapassado, seja em que zona do planeta for, conclui.