O protocolo, assinado hoje, vai permitir “instituir a primeira cátedra em ‘Sustentabilidade de Ecossistemas Subterrâneos – Loulé’” e tem como signatários, além da Câmara e da instituição académica, a FCiências.ID – Associação para a Investigação e Desenvolvimento de Ciências e a Bondstone, empresa especializada em projetos imobiliários sustentáveis, destacou o município num comunicado.
O objetivo da cátedra é “contribuir, de forma decisiva, para aumentar o conhecimento e sustentabilidade do património ambiental dos habitats subterrâneos nacionais”, tendo como “especial enfoque” a zona do barrocal algarvio, área situada entre o litoral e serra, com “elevado valor ecológico e estratégico para a resiliência climática e hídrica”, justificou a autarquia do distrito de Faro.
“A Gruta de Loulé, considerado um ‘hotspot’ cavernícola de classe mundial, está na génese desta disciplina que irá funcionar no campus de Ciências da Universidade de Lisboa, no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, e inclui um plano de trabalhos a cinco anos (2025-2030)”, precisou.
Os conteúdos vão abordar “diversas componentes de estudo” que vão “preencher lacunas existentes no panorama nacional” e contribuir para a “salvaguarda destes ecossistemas”, salientou o município, quantificando em 370.000 euros o financiamento necessário para a criação da cátedra, suportada, em partes iguais, pela Câmara e a Bondstone.
A Câmara de Loulé esclareceu ainda que “a cátedra está estruturada em três eixos principais”, um de domínio científico, destinado a aprofundar o conhecimento sobre os ecossistemas subterrâneos, fazendo uma “identificação, caracterização e avaliação da biodiversidade endémica presente no subsolo” e uma avaliação do “impacto das atividades humanas nestes habitats sensíveis”.
“No campo da educação, a cátedra promoverá o desenvolvimento de estágios curriculares, dissertações de mestrado, teses de doutoramento e outras iniciativas que permitirão aumentar a literacia científica”, ainda segundo a autarquia.
A Conservação da Natureza é o terceiro eixo da cátedra e visa “desenvolver uma estratégia nacional de políticas públicas ambientais para a conservação dos ecossistemas subterrâneos, baseada num sólido conhecimento científico, com medidas concretas que potenciem a resiliência ecológica e a valorização do território”.
De acordo com a autarquia, este é um “projeto de investigação de excelência”, que conta com uma “participação ativa de investigadores, estudantes e comunidades locais” para promover “a literacia ambiental” e fomentar o “envolvimento da sociedade civil na proteção dos ecossistemas mais desconhecidos e sensíveis do planeta”.
“Esta iniciativa é o reconhecimento do valor do património natural do nosso concelho, que permitirá não só a sua valorização e divulgação, mas também a produção de conhecimento ao nível da biodiversidade cavernícola, uma parte do capital natural que presta serviços às comunidades humanas que ainda conhecemos mal”, lê-se na nota.
Lusa