Sociedade

Loulé assinalou 383º aniversário da restauração da independência de Portugal

Celebrou-se na sexta-feira, 1 de dezembro, o 383º aniversário da restauração da independência de Portugal. Pelo terceiro ano consecutivo, o Município de Loulé respondeu ao convite da Sociedade Histórica da Independência de Portugal e assinalou esta data importante da história nacional.

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“Este dia 1 de dezembro, feriado nacional, tem um significado patriótico da restauração da nossa soberania, isto é, da nossa liberdade. E essa liberdade situa-se ao nível do pensamento, da cultura, dos valores e sobretudo da identidade. A liberdade dos povos e dos países alimenta-se um pouco todos os dias através das decisões políticas, das ações, da ética social e governativa e, claro, do respeito e tolerância pelo outro”, sublinhou o presidente Vítor Aleixo durante o seu discurso alusivo a esta efeméride.
 
 
Depois de um momento protocolar com a hastear da bandeira ao som do hino nacional tocado pela Banda Filarmónica Artistas de Minerva, junto à muralha do Castelo, foi a vez da deposição de uma coroa de flores na fachada da Ermida de Nossa Senhora da Conceição, onde se encontra a lápide alusiva à consagração da Nossa Senhora da Conceição como Padroeira de Portugal, por desígnio régio de D. João IV. 
 
Neste dia, a autarquia de Loulé quis também trazer um apontamento pedagógico com uma conferência no Arquivo Municipal onde foi possível conhecer um pouco mais sobre o período da Restauração. A historiadora Joana Fraga apresentou o tema "Imagens que falam: a propaganda visual durante a revolta de 1640". 
 
 
Segundo descreve nota da autarquia, uma das prioridades de D. João IV foi combater a ideia da sua rebeldia e demonstrar a legitimidade da nova dinastia. E fê-lo através de uma propaganda que, tal como nos nossos dias, “recorria às mesmas estratégias, como o apelo aos sentimentos e à manipulação de imagem”.
 
Foi através da pintura, com destaque para o pintor da Corte, Avelar Rebelo, e sobretudo de gravuras, “que tinham a vantagem de serem mais baratas e de chegarem também às pessoas que não sabiam ler” que circulava a informação a favor da causa bragancista, em Portugal e na Europa. 
 
Também alguma cerâmica e azulejos (por exemplo painéis de azulejos encomendados pelas igrejas), estátuas, em especial a da Imaculada Conceição, vão ser muito importantes neste período de afirmação do novo monarca. “D. João IV consagra a coroa à Imaculada Conceição, a partir daqui há um multiplicar de imagens da Virgem no espaço público”, considerou a conferencista, Joana Fraga.