O PCP Algarve diz que a falta de investimento no transporte público, tem condenado «a esmagadora maioria da população» à utilização do transporte individual com elevados custos económicos e impactos ambientais.
Em comunicado, os comunistas criticam que a atual situação na linha ferroviária do Algarve e a privatização da Rodoviária Nacional, «entregando o monopólio do transporte rodoviário de passageiros ao Grupo Barraqueiro, detentor da EVA – Transportes», tem posto em causa a mobilidade das populações com maiores dificuldades financeiras, ou com residência nas zonas rurais ou fora dos grandes centros.
Problemas que o partido diz que já existiam antes da pandemia, mas que foram «profundamente agravados no último ano», quer pelas medidas que restringiram as atividades económicas e outras que levaram a uma grande quebra da procura e de receitas, quer também pelas medidas sanitárias que obrigaram à redução da lotação das viaturas e aumento das despesas. Citando a Comunidade Intermunicipal do Algarve - AMAL, o PCP refere que não será tão cedo que vão ser retomados os níveis de oferta por parte da EVA anteriores à pandemia.
Salienta ainda, que a transferência de competências na gestão dos transportes públicos para as autarquias, e destas para a Comunidade Intermunicipal do Algarve - AMAL, não dá resposta ao que as populações precisam.
No mesmo comunicado, lê-se que por toda a região existem dezenas de carreiras que foram suprimidas e ainda não foram repostas. Há localidades que estão sem qualquer tipo de transporte público agravando o seu isolamento. Há trabalhadores que deixaram de poder deslocar-se para o seu local de trabalho por falta de transporte público, «com o operador privado, que beneficiou ao longo dos últimos meses de apoios públicos como o layoff simplificado, a desenvolver uma operação de chantagem, exigindo mais dinheiro aos municípios para repor a oferta anterior à pandemia».
Nesse contexto, o PCP exige do Governo a reposição imediata dos níveis de oferta anteriores à pandemia, falando de «uma necessidade de curto prazo que não prescinde contudo de uma outra consideração mais global, no sentido de um vigoroso investimento no transporte público na região – seja em modo rodoviário, seja no modo ferroviário – assegurando a redução dos preços, a intermodalidade e uma resposta eficaz às necessidades de mobilidade das populações».