Ambiente

Realizada ação de repovoamento de escalos-do-Arade na ribeira de Odelouca

D.R
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O Zoomarine informou que foi realizada uma ação de repovoamento na ribeira de Odelouca, com vinte exemplares de escalo-do-Arade (Squalius aradensis), uma espécie de peixe de água doce atualmente classificada como criticamente em perigo.

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Esta operação decorreu no âmbito do Projeto Falanges, uma iniciativa promovida pela Águas do Algarve, em parceria com o Zoomarine e a Quercus, que tem como missão reforçar as populações de espécies de peixes nativas das ribeiras do Algarve, que se encontrem em perigo de extinção.

Desde a sua criação, o Projeto Falanges tem sido responsável por esforços de reprodução em ambiente controlado, com o propósito de criar populações de segurança que possam, posteriormente, vir a reforçar estas espécies nos seus habitats naturais. Estas populações ajudarão no repovoamento das ribeiras, uma vez reabilitadas e garantidas as condições de sustentabilidade. Neste âmbito, a parceria Falanges tem implementado programas de reprodução de três espécies das ribeiras do Algarve, o escalo-do-Arade (Squalius aradensis), a boga-do-Sudoeste (Iberochondrostoma almacai), e o barbo-do-Sul (Luciobarbus sclateri).

Em 2025 nasceram no Zoomarine cerca de três dezenas de alevins de escalo-do-Arade, dos quais vinte exemplares reforçaram agora as populações desta espécie, na ribeira de Odelouca, o seu habitat natural, através de uma ação, realizada por profissionais da equipa de Ciência e Conservação do Zoomarine, e das equipas da Águas do Algarve e da Quercus.

O escalo-do-Arade é uma espécie presente na bacia hidrográfica do Arade, onde permanece o núcleo populacional de maior dimensão, podendo ser também localizada nas ribeiras do Alvor, de Aljezur, da Quarteira e de Seixe. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, obra de referência para a classificação das espécies de vertebrados que utilizam o território nacional, fatores como a alteração do regime hidrológico natural, bem como a proliferação de espécies não-indígenas ou a degradação da qualidade da água estão na causa de uma redução significativa do número de indivíduos maduros da espécie.

E é perante este contexto, que o Zoomarine refere que tem vindo a investir, cada vez mais, num trabalho de proteção e conservação de espécies e habitats, colaborando em diversos projetos e com diversas entidades no sentido de resgatar, reabilitar e devolver ao meio natural animais marinhos e aquáticos. O Projeto Falanges é um exemplo desse esforço. Desde a chegada dos primeiros exemplares ao Zoomarine, há dois anos, já nasceram cerca de 30 indivíduos.