Em causa estão o Parque Eólico de Arcos de Valdevez, “que ousadamente se projeta sobre o único Parque Nacional de Portugal, o da Peneda-Gerês”, o Parque Eólico de Silves e o reequipamento do Parque Eólico de Tendais, concretiza a associação, em comunicado.
O Parque Eólico de Arcos de Valdevez – que, segundo a associação, inclui 32 aerogeradores e a possibilidade de uma Linha de Muito Alta Tensão (LMAT) atravessar zonas sensíveis – “é um exemplo flagrante da falta de visão integrada e do desrespeito pelos valores naturais classificados”.
Uma petição pública contra este projeto já recolheu perto de 3.700 assinaturas.
O Parque Eólico de Silves, “com uma área de estudo superior a 7.300 hectares e uma LMAT indefinida, ameaça a Serra de Monchique”, aponta a associação, que emitiu parecer desfavorável aos dois projetos referidos.
Quanto à proposta para o Parque Eólico de Tendais, povoação do município de Cinfães, localizada integralmente na Zona Especial de Conservação de Montemuro, “apesar de ser um bom princípio de atualização de equipamento, falha em princípios básicos de sustentabilidade”, pois “em vez de aproveitar algumas das infraestruturas existentes, propõe construir em betão fundações totalmente novas em locais distintos”.
Neste caso, a associação defende “que o projeto seja reformulado para maximizar a reutilização das áreas já artificializadas e prevenir integralmente os passivos ambientais”.
Simultaneamente, a Zero denuncia “a tendência” para que o processo de Avaliação de Impacte Ambiental seja “apenas uma ‘via verde’ para aprovar todo e qualquer projeto submetido junto das autoridades ambientais”, considerando que esta tem sido “aplicada de forma casuística”, revelando-se “ineficaz”.
A Zero realça que não é contra a produção de energia renovável, desde que os projetos respeitem os esforços de conservação.
“A transição tem de ser justa, tanto ambiental como socialmente. Isto significa que, sempre que necessário, há que rejeitar projetos que destroem capital natural relevante, que se instalam em áreas classificadas, que ameaçam espécies protegidas e que ignoram alternativas em zonas de menor sensibilidade ambiental”, defende a associação.
Lusa