Sociedade

Associativismo debatido em Lagos conclui que "pessoas vivem voltadas para si mesmas e não para a sociedade"

 
Teve lugar na passada quinta-feira, mais um encontro do Grupo dos Amigos de Lagos, na Biblioteca Municipal Dr. Júlio Dantas, onde se refletiu sobre a situação atual do movimento associativo em Lagos.

 
Na sessão os presentes debruçaram-se sobre se o associativismo, "que foi um dos pilares da vida comunitária", ainda tem lugar na sociedade moderna, se a dependência de apoios da administração central e local permite a sobrevivência de associações sem gestão empresarial e profissional, se a população tem tempo para dedicar-se aos interesses comuns dos moradores, ou como motivar a participação dos jovens.
 
De acordo com nota do Grupo dos Amigos de Lagos, foi reconhecido que na cidade há dezenas de associações, algumas muito antigas e com muita utilidade e outras de constituição recente, principalmente desportivas, mas "há menos voluntariado", as pessoas participam e quotizam-se menos, ou "não aparecem, nem para renovarem os corpos sociais". 
 
Apesar da variedade de meios que hoje permitem a divulgação, em certa medida "a não adesão resulta de não se saber bem o que faz" cada associação. "As pessoas vivem voltadas para si mesmas e não para a sociedade e estão menos disponíveis, não por má vontade, mais por comodidade". Foi ainda referido há poucas associações de carácter económico, que "há um valor imenso que as entidades públicas pagam a associações e nem todas desempenham um trabalho relevante". Um associativismo saudável "deverá ser mais independente financeiramente". Por outro lado, o fortalecimento das associações "é um inegável contributo para que a democracia seja tão participativa quanto representativa".
 
O próximo Encontro de 5ª Feira, inserido no ciclo "Viver em Comunidade" e no projeto "Lagos, a nossa cidade", está marcado para 4 de abril e terá como tema a participação cívica dos jovens.