Neste momento o município adianta que existem cerca de 5 mil toneladas cortadas e estacionadas em carregadouros e cerca de 30 mil por extrair dentro da área ardida no concelho de Monchique.
O presidente da Câmara de Monchique, Rui André reuniu com a Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios de Monchique, depois de ouvir as preocupações dos empresários ligados à extração de madeira e a associação de produtores florestais do barlavento algarvio (ASPAFLOBAL), que ameaçam abandonar os terrenos pela falta de mercado que permita a continuidade da atividade e escoamento da madeira ardida nos últimos incêndios.
Segundo explica o município em comunicado, até fevereiro de 2021 o mercado funcionou com regularidade, com os materiais lenhosos queimados encaminhados para a fábrica de biomassa mais próxima do concelho, situada no Cercal do Alentejo, a cerca de 100km, todavia, de acordo com a mesma fonte, «o recente processo de insolvência desta fábrica, que aparentemente se encontrava a executar obras de remodelação, originou um enorme entrave à retirada desta madeira queimada, uma vez que o corte e transporte deste material deixa de ter viabilidade económica, principalmente pelo aumento do preço do transporte para qualquer outra central de biomassa».
Com este inesperado encerramento da fábrica, a autarquia adianta que acumulam-se pilhas de madeira um pouco por todo o concelho, nos chamados “carregadouros”, esperando a reabertura da fábrica. Uma situação preocupa empresários e autarquia, na medida em que as toneladas de material empilhado pode potenciar o risco de incêndio e um perigo acrescido, particularmente numa altura em que se aproxima o período crítico de incêndios.
Face a esta problemática, Rui André apela ao Governo para a procura de uma solução, estando o município disponível para colaborar na mesma, «desde que daí resultem medidas concretas e imediatas que permitam a retoma desta atividade e o normal funcionamento deste mercado», acrescenta.
Ainda segundo a mesma fonte, a solução de curto prazo passa por viabilizar a extração da matéria orgânica e fomentar o transporte e exportação para outra fábrica de biomassa, em Huelva, Espanha, «sendo que os preços aí praticados são semelhantes aos da fábrica do Cercal do Alentejo». Contudo, o acréscimo de mais 100 km (Monchique – Huelva= 200 km) representa um acréscimo para o dobro dos custos de transporte que inviabiliza a operação, lê-se no mesmo documento.