Grupo sanguíneo

Este é um tema de extrema importância que merece um maior esclarecimento. Assim, os tipos ou grupos sanguíneos são descritos desde o princípio do século XX, mais concretamente no ano de 1900, quando o cientista austríaco Karl Landsteiner se dedicou a comprovar que havia diferenças no sangue de diversos indivíduos.

 
Landsteiner explicou a razão pela qual algumas pessoas morriam depois de passarem pelo processo de transfusão de sangue. Com este trabalho, este investigador recebeu em 1930, o Prémio Nobel . 
 
A partir daí, os tipos sanguíneos são determinados pela presença, na superfície das hemácias, de antígenos que podem ser de natureza bioquímica variada, podendo ser compostos por carboidratos, lipídeos, proteínas ou uma mistura desses compostos. Estes antígenos eritrocitários são independentes do Complexo principal de histocompatibilidade (HLA), o qual determina a histocompatibilidade humana e é importante nos transplantes. 
 
Descrição: 
 
Cada indivíduo possui um conjunto diferente de antígenos eritrocitários, sendo que existem 27 sistemas antigénicos, conhecidos, a que se acrescentam mais alguns antígenos diferenciados que ainda não foram atribuídos a nenhum sistema específico. 
 
Na mesma sequência, constatou-se que, é difícil encontrar dois indivíduos com a mesma composição antigénica, o que explica a possibilidade da presença, no soro, de anticorpos específicos (dirigidos contra os antígenos que cada indivíduo não possui), o que resulta na aglutinação ou hemólise quando ocorre uma transfusão incompatível (ou, em determinações laboratoriais, quando se fazem reagir soros específicos com os antígenos correspondentes presentes nas hemácias). 
 
Os antigénicos considerados mais importantes são o sistema ABO e o Sistema Rh. Estes são os sistemas relacionados às reacções transfusionais hemolíticas. 
 
Os grupos sanguíneos e as várias ciências: 
 
Em Hemoterapia, torna-se necessário estudar pelo menos alguns desses sistemas em cada indivíduo para garantir o sucesso das transfusões. Assim, antes de toda a transfusão electiva, é necessário que se determine, pelo menos, o tipo ABO e Rh do doador e do receptor. 
 
Em ginecologia/obstetrícia e neonatologia, é possível diagnosticar a DHRN através do seu estudo, adoptando-se medidas preventivas e curativas com vista a averiguar se existe algum tipo de incompatibilidade entre o grupo sanguíneo do feto e o da mãe, ou entre os pais que possam afectar o recém-nascido. 
 
Nestes casos, é comum o estudo e superação do problema através da intervenção clínica. 
 
Na Antropologia, é possível estudar diversos grupos étnicos e as suas inter-relações evolutivas, através da análise da distribuição populacional dos diversos antígenos, determinando a sua predominância em cada grupo humano e fazendo-se comparações. 
 
A Medicina Legal colhe vestígios de sangue e acaba por usá-los para tentar chegar ao criminoso, o que é uma mais-valia nesta área profissional e expressa a importância da diferenciação dos grupos sanguíneos. 
 
Retrospectiva histórica: 
 
A classificação de Landsteiner previa os grupos A, B e O; o grupo AB foi descoberto em 190, por von Decastello e Sturli. 
 
Estudos determinaram que o sistema Rh apresenta alguma complexidade genética, além de variações qualitativas e quantitativas na sua expressão. Assim, são usadas as seguintes designações: 
 
O termo Rh Fraco substituiu a designação Du. Este termo representa uma variação quantitativa na expressão do antígeno D. 
 
O termo Rhnull designa uma condição rara, em que os antígenos do sistema Rh estão completamente ausentes. 
 
O termo "CDE" designa a determinação, recomendada para os pacientes Rh negativos, de outros antígenos menos frequentes do sistema Rh. Neste contexto, fala-se de Rh negativo ou Rh negativo, CDE positivo. 
 
Em alguns casos, pode ser necessária a determinação mais detalhada dos antígenos dos sistemas ABO e Rh, e/ou a determinação de antígenos pertencentes a outros sistemas antigénicos. Esta determinação é geralmente denominada fenotipagem. 
 
Da combinação entre o Sistema ABO e Factor Rh, podemos encontrar o doador universal (O negativo) e receptor universal (AB positivo). 
 
De um modo geral, a transfusão é feita pelo sistema isogrupo, ou seja, doador e receptor do mesmo tipo ABO e Rh que se sobrepõe à doação heterogrupo. 
 
Compatibilidade dos glóbulos vermelhos: 
 
O grupo sanguíneo AB é determinado pelos indivíduos que têm tanto antígenos A quanto B na superfície das suas RBCs, sendo que,o seu soro sanguíneo não contem quaisquer anticorpos dos antígenos A ou B. 
 
Assim, alguém com tipo de sangue AB pode receber sangue de qualquer grupo (com AB preferível), mas só pode doar sangue para outros com o tipo AB. 
 
O grupo sanguíneo A, é composto por indivíduos que têm o antígeno A na superfície das suas RBCs, e o soro sanguíneo contido na Imunoglobulina M são anticorpos contra o antígeno B. 
 
Assim, uma pessoa do grupo A pode receber sangue só de pessoas dos grupos A ou O e, só pode doar sangue para indivíduos com o tipo A ou AB. 
 
O grupo sanguíneo B refere-se a indivíduos que têm o antígeno B na superfície dos seus RBCs, e o soro sanguíneo contido na Imunoglobulina M são anticorpos contra o antígeno A. Assim, alguém do grupo B pode receber sangue só de indivíduos de grupos B ou O e, pode doar sangue para indivíduos com o tipo B ou AB. 
 
O Grupo sanguíneo O refere-se a Indivíduos que não possuem antígenos nem A ou B na superfície das suas RBCs, mas o soro sanguíneo contém Imunoglobulina M com anticorpos anti-A e anti-B contra os grupos antígenos A e B. 
 
Logo, alguém do grupo O pode receber sangue só de alguém do grupo O, mas pode doar sangue para pessoas com qualquer grupo ABO (ou seja, A, B, O ou AB). 
 
Nota: Este artigo é um ponto de partida para quem desejar aprofundar o tema.
 
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