“Gostaria de relembrar as palavras mais recentes do antigo primeiro-ministro e ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva. Este num misto de amnésico e autocontemplação narcísica vem dizer que compara Montenegro a si próprio, sublinhando que não violou quaisquer princípios éticos e tudo isto é da esfera privada”, afirmou a cabeça de lista do PS pelo distrito de Faro, durante um almoço-comício em Olhão, que contou com a presença do líder socialista Pedro Nuno Santos .
Perante “tamanha amnésia”, Jamila Madeira disse que convém recordar que Aníbal Cavaco Silva “é o único acionista do Banco Português de Negócios (BPN) que comprou fora da bolsa e vendeu fora da bolsa, muito acima do mercado e deixando prejuízo para os portugueses seis mil milhões de euros para os portugueses pagarem”.
“Este foi o Presidente da República que, a 15 dias da resolução do Banco Espírito Santo (BES), deu garantia de qualidade, de 100 % de qualidade, para os portugueses investirem no aumento de capital desse mesmo banco. E hoje sabe-se que Cavaco Silva, Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque sabiam, há mais de dois meses, que o BES era tóxico e que seria um mau investimento, que seria um investimento ruinoso para esses humildes portugueses”, salientou a economista e antiga secretária de Estado socialista.
E continuou: - “De facto, basta recordar alguns destes episódios para perceber o paralelismo ético que estamos a falar e que podemos estar aqui a referir. É a isto que o professor Aníbal Cavaco Silva se está a referir”.
O antigo Presidente de República Aníbal Cavaco Silva defendeu na segunda-feira, num artigo de opinião publicado no jornal 'online' Observador, que o primeiro-ministro foi alvo de uma “campanha de suspeitas e insinuações” da oposição e de “alguma comunicação social”, centrada “em boa parte” na devassa da sua vida privada.
Cavaco Silva reiterou ainda a defesa da postura ética e moral do primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, assim como da sua superioridade técnica e política relativamente aos outros líderes partidários e estabeleceu um paralelismo entre a moção de confiança chumbada pelo parlamento e a que ele próprio também apresentou, mas que foi aprovada em 1986.
Lusa