Autismo

 
O autismo consiste numa desordem global no desenvolvimento que se manifesta essencialmente através de uma alteração nos comportamentos sociais. Situações como a comunicação, o ser capaz de estabelecer relacionamentos e de responder apropriadamente ao ambiente e aos seus estímulos e normas são aspectos a ter em conta desde os primeiros tempos de vida.

 
O autismo foi descrito pela primeira vez em 1943, pelo médico austríaco Leo Kanner que terá dado o mote para muitos estudos e trabalhos científicos na área contudo, ainda persistem muitas dúvidas relativamente a esta doença e ás causas que a determinam. 
 
O termo "autismo" foi criado por Eugene Bleuler, em 1911, para descrever um sintoma da esquizofrenia, que definiu como sendo uma "fuga da realidade" e que terá vindo a despertar os investigadores até aos nossos dias. 
 
Causas: 
 
Sabe-se que o autismo está ligado a causas genéticas associadas a questões ambientais como é o caso de: contaminação por mercúrio presente nas vacinas, assim como eventuais problemas na gestação. Outros problemas como a infecção por cândida, contaminação por alumínio e chumbo também devem ser considerados. 
 
Apesar do grande número de pesquisas e investigações clínicas realizadas em diferentes áreas e abordagens de trabalho, não se pode dizer que o autismo é um transtorno claramente definido. 
 
Há correntes teóricas que apontam as alterações comportamentais nos primeiros anos de vida (normalmente até os 3 anos) como relevantes para definir o transtorno, ainda que se incida mais na perspectiva de que o autismo pode ser um transtorno orgânico. 
 
Além dos conceitos psicanalíticos é muito importante que se avalie o sujeito como um todo, e se trate directamente das causas, que são os desequilíbrios metabólicos do organismo e que se tentem identificar as relações entre os sintomas. 
 
Consequências: 
 
Sendo o Autismo uma desordem comportamental, causada por mudanças súbitas em certas áreas do cérebro e, que ocorre numa em cada 150 crianças, é fundamental atender a esta realidade com um acompanhamento adequado e o mais rapidamente possível. 
 
Embora não haja uma malformação cerebral, estudos recentes têm observado mudanças bruscas em algumas áreas do cérebro nos pacientes autistas, incluindo um aumento moderado, que parece acontecer durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou na 1.ª infância. 
 
Os factores genéticos, ou a exposição do cérebro em desenvolvimento a alguma toxina ambiental ou infecção, pode ser a causa dessas anormalidades. 
 
O impacto cerebral pode piorar durante a vida ou estabilizar. 
AS anormalidades na área cerebral, cortam ou proporcionam impressões destorcidas da realidade, levando o sujeito a uma inabilidade de efectivamente se relacionar com o mundo à sua volta, provocando um isolamento social. 
 
Pessoas com autismo podem ficar presas a um mundo de comportamentos ritualísticos, com variável incapacidade de interagir com os outros. Uma pequena parcela mostra uma notável habilidade para executar tarefas como tocar piano, executar cálculos matemáticos complexos, enquanto ao mesmo tempo não conseguem ter autonomia para gestos tão simples como o vestir e a alimentação. 
 
Factores biológicos: 
 
Os aspectos biológicos e comportamentais do autismo, remetem a desordens como a esquizofrenia, epilepsia e outras tantas raras condições neurológicas pediátricas. 
 
As desordens da química cerebral, particularmente envolvendo os neurotransmissores dopamina e serotonina, que protagonizam um papel importante no movimento e funcionamento do sistema límbico. 
 
As ligações entre as anomalias genéticas responsáveis pelo desenvolvimento do cérebro estão ainda em investigação. 
 
Características do autismo: 
 
Existem diferenças significativas entre os pacientes, pelo que é necessário estudar e referenciar caso a caso. A doença permite, na maioria dos casos, alguma socialização, ainda que, com dificuldades na articulação de palavras e na comunicação. 
 
Muitos autistas não são muito diferentes de pessoas tidas como "normais": possuem hábitos consolidados, reagem com dificuldade a situações que os desagradam, possuem manias e preferências, enquanto que outros pacientes apresentam um conjunto mais visível de limitações, tais como: 
 
-Dificuldade na interacção social; 
 
- Dificuldade acentuada no uso de comportamentos não-verbais (contato visual, expressão facial, gestos); 
 
- Socialização selectiva; 
 
- Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e actividades: 
 
- Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados; 
 
- Assumir de uma forma inflexível rotinas ou rituais; 
 
- Maneirismos motores estereotipados como agitar ou torcer as mãos; 
 
- Tendência para uma leitura concreta e imediata do contexto, seja ele linguístico ou ambiental; mostrar facilmente que entendeu, mas à sua maneira e desinteressar-se por aprender mais. 
 
Diagnóstico: 
 
As crianças autistas normalmente têm um histórico de infecções e alto consumo de antibióticos nos primeiros anos de vida. As fezes podem ter uma aparência mucosa, e de coloração variante, entre amarelo, esverdeado e avermelhado, e podem ter odor de mofo. Apresentam sinais característicos de alergias, como olheiras, olhos inchados, cílios compridos. 
 
Embora se alimentem bem podem apresentar aspecto de subnutrição. Frequentemente apresentam o abdomen distendido, e inchado, com uma intensa movimentação visceral. Apresentam mau hálito, regressões no desenvolvimento, após a vacinação. 
 
Mais de 60% das crianças autistas têm pais com histórico de atopia, incluindo asma e alergias de pele. Crianças normotípicas tendem a responder com o olhar quando chamadas pelo nome por volta de 2 anos de idade, o que dificilmente acontece nos casos de autismo. 
 
Tratamento: 
 
O tratamento biológico é baseado na normalização das funções bioquímicas do organismo, além do aumento da imunidade e eliminação de possíveis metais pesados presentes no organismo (destacando-se o alumínio, o chumbo e o mercúrio). 
 
Ao mesmo tempo, o trabalho em termos de intervenção mental é um suporte essencial que, em articulação com os demais agentes que permitem minimizar os efeitos orgânicos. 
 
Existem em curso estudos no sentido de tentar novos tratamentos por parte dos investigadores, pelo que a consulta médica regular pode ajudar a trazer benefícios e respostas mais avançadas a cada caso.