Fobias

Transtorno de pânico [ansiedade paroxística episódica]

 
A característica essencial deste transtorno assenta nos ataques recorrentes de uma ansiedade grave (ataques de pânico), que não ocorrem exclusivamente numa situação ou em circunstâncias determinadas mas que são imprevisíveis. 
 
Como em outros transtornos ansiosos, os sintomas essenciais comportam a ocorrência brutal de palpitação e dores toráxicas, sensações de asfixia, tonturas e sentimentos de irrealidade ou despersonalização Existe, além disso, frequentemente um medo secundário de morrer, de perder o autocontrole ou de ficar louco. 
 
Não se deve fazer um diagnóstico principal de transtorno de pânico quando o sujeito apresenta um transtorno depressivo no momento da ocorrência de um ataque de pânico, uma vez que os ataques de pânico podem provavelmente ser secundários à depressão neste caso. 
 
Ansiedade generalizada:
 
A ansiedade generalizada e persistente não ocorre exclusivamente nem de modo preferencial numa situação determinada, pelo que se pode designar como “ansiedade flutuante”. 
 
Os sintomas essenciais são variáveis, ainda assim, compreendem nervosismo persistente, tremores, tensão muscular, transpiração, sensação de vazio na cabeça, palpitações, tonturas e desconforto epigástrico. O sujeito, apesar de não mostrar, tem medo de sofrer um acidente ou que alguém dos que lhe são próximos, viva um problema ou situação grave. 
 
Transtorno misto ansioso e depressivo:
 
Esta categoria deve ser considerada quando o sujeito apresenta ao mesmo tempo sintomas ansiosos e sintomas depressivos, sem a predominância nítida de uns ou de outros, e sem que a intensidade de uns ou de outros seja suficiente para justificar um diagnóstico isolado. 
 
Quando os sintomas ansiosos e depressivos estão presentes simultaneamente com uma intensidade suficiente para justificar diagnósticos isolados, os dois diagnósticos devem ser anotados e não se faz um diagnóstico de transtorno misto ansioso e depressivo. Nestes casos, pode considerar-se uma depressão leve ou não persistente. 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo:
 
Neste caso, considera-se como transtorno as seguintes características: idéias obsessivas ou comportamentos compulsivos recorrentes. As ideias obsessivas são pensamentos, representações ou impulsos, que se intrometem na consciência do sujeito de modo repetitivo e estereotipado. 
 
Em regra geral, elas perturbam muito o sujeito, o qual tenta resistir-lhes, mas sem sucesso. O sujeito reconhece, entretanto, que se trata dos seus próprios pensamentos, mas estranhos à sua vontade. Os comportamentos e os rituais compulsivos são actividades estereotipadas repetitivas. O sujeito não tira prazer algum da realização destes actos os quais, por outro lado, não levam à realização de tarefas úteis por si mesmas. 
 
O comportamento compulsivo tem por finalidade prevenir algum evento objectivamente improvável, frequentemente implicando dano ao sujeito ou causado por ele, que ele(a) teme que possa ocorrer. 
 
O sujeito reconhece habitualmente o absurdo e a inutilidade do seu comportamento e faz esforços repetidos para resistir-lhes. O transtorno é acompanhado quase sempre de ansiedade. Esta ansiedade agrava-se à medida em que o sujeito tenta resistir aos sintomas. Pode ser consideradas as neuroses, a anancásrica ou a obsessão compulsiva. 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de ideias ou de manifestações obsessivas 
 
Este tipo de transtornos abarca pensamentos, imagens mentais ou impulsos para agir, quase sempre angustiantes para o sujeito. Às vezes trata-se de hesitações intermináveis entre várias opções, que se acompanham frequentemente de uma incapacidade de tomar decisões banais mas necessárias no seu quotidiana. 
 
Existe uma relação particularmente estreita entre as manifestações obsessivas e a depressão, e deve-se somente preferir um diagnóstico de transtorno obsessivo-compulsivo quando essas manifestações surgem ou persistem na ausência de uma síndrome depressiva. 
 
Transtorno obsessivo-compulsivo com predominância de comportamentos compulsivos [rituais obsessivos] 
 
A maioria dos actos compulsivos está ligada à limpeza (particularmente lavar as mãos), verificações repetidas para evitar a ocorrência de uma situação que poderia tornar-se perigosa, ou um desejo excessivo de ordem. Sob este comportamento manifesto, existe o medo, usualmente de perigo ao ou causado pelo sujeito e a actividade ritual constitui um meio ineficaz ou simbólico de evitar este perigo.