Dislexia

 
Num apontamento resumido e que não dispensa a consulta de um profissional de saúde, no caso a avaliação de um Terapeuta da Fala, pode-se afirmar que a Dislexia se caracteriza por problemas na leitura.

 
O diagnóstico da dislexia assenta em testes de leitura, pelo que, quando o sujeito lê, pode não entender bem os códigos da escrita. A leitura pode ser lenta, silabada e a pessoa pode ter dificuldades em reconhecer até mesmo as palavras que lhe são mais familiares.
 
Até ao momento não é conhecida uma causa que justifique a Dislexia, sendo que a pessoa tem um nível de inteligência normal e condições adequadas no seu meio assim como no ensino. Não apresenta doenças neurológicas ou psiquiátricas e não tem alterações significativas em termos auditivos e visuais.
 
O disléxico tem dificuldade em associar o símbolo gráfico, as letras, com o som que elas representam, e organizá-los, mentalmente, numa sequência temporal. Manifesta uma dificuldade de linguagem inesperada, pois não está relacionada com problemas visuais, auditivos, lesões neurológicas, atraso, problemas psicológicos e sócio culturais.
 
A dislexia não é considerada uma doença. As pessoas com dislexia apresentam um funcionamento peculiar do cérebro para os processamentos linguísticos relacionados com a leitura. 
 
A presença da dislexia manifesta-se desde cedo, principalmente na época da alfabetização, quando a leitura e a escrita são formalmente apresentadas à criança. 
 
Um diagnóstico mais precisa é feito a partir do 2º ano, após dois anos de aprendizagem da leitura. Mas havendo sinais de dificuldades nas áreas de linguagem, um atendimento adequado deve ser iniciado antes mesmo da alfabetização.
 
O Terapeuta da Fala é o profissional de saúde indicado para fazer essa avaliação.
 
O Terapeuta da Fala trabalha em articulação com psicólogos especializados no assunto e, é desse trabalho em equipa que resulta o diagnóstico e o passo seguinte.
 
Em alguns casos podem ser recomendados exames complementares (neurológico, neuropsicológico, processamento auditivo central, neuroftalmológico).
 
Os especialistas salientam que, em algumas situações, as dificuldades podem surgir desde a oralidade, pelo que se pode intervir quando a criança manifesta dificuldades em se expressar. Nestas condições, não é necessário esperar pela idade da alfabetização para apoiar os primeiros sinais de irregularidade em situações tão simples como fazer descrições de espaços, cantar músicas, pronunciar alguns sons e expressar ideias.
 
Em termos educativos, é fundamental alertar os pais e encarregados de educação que, perante a lei, “Todas as crianças têm o direito fundamental à educação. O Decreto-Lei n.º 3/2008 vem enquadrar as respostas educativas a desenvolver no âmbito da adequação do processo educativo às necessidades educativas especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação, num ou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais de permanente e das quais resultam dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social.” 
 
Neste sentido, os pais devem informar-se junto do estabelecimento de ensino quais os procedimentos a adotar para que a criança seja devidamente incluída e apoiada pelos técnicos competentes.
 
É de ter em conta a importância de um acompanhamento o mais precoce possível, uma vez que, a dislexia é um transtorno de linguagem que perdura ao longo da vida, nasce-se disléxico. Mediante um grande esforço, os adultos podem ter aprendido a conviver com as suas dificuldades, e se tiverem feito um tratamento adequado, terão desenvolvido estratégias que compensarão estas dificuldades, facilitando-lhes a vida académica e social.