Hipnose

 
A Hipnose tem vindo a público dos mais diversos quadrantes, pelos supostos benefícios que é capaz de conferir à vida humana de diversas formas.

 
Nesse sentido, importa saber mais acerca desta técnica ligada a um estado mental e a um tipo de comportamento, geralmente induzidos por um procedimento conhecido como indução hipnótica. 
 
Este procedimento é composto por uma série de instruções preliminares e sugestões. 
 
Cada vez mais utilizada, os especialistas designam a Hipnose como Hipnoterapia que tem por base dois intervenientes: o hipnotista, que é quem comanda, e o hipnotizado, quem obedece à informação produzida. 
 
Refira-se que esta terapia ainda está revestida de muita controvérsia e que os especialistas e defensores da sua aplicação se regem pelos efeitos positivos que esta causa nos indivíduos que, por si só, é um motivo para a sua aplicação. 
 
O termo "hipnose" deriva do grego hipnos = sono + latim osis = ação ou processo e, o seu nome está associado ao médico e pesquisador britânico James Braid (1795-1860), que o introduziu por acreditar tratar-se de uma espécie de sono induzido. 
 
O estado hipnótico é também designado por transe hipnótico e, todo o séc. XX foi marcado pelos estudos e provas de que é possível receber benefícios da Hipnose, desde que bem aplicada e direcionada para o problema do paciente. 
 
Ao mesmo tempo e, em jeito de alerta, importa ter em conta que esta técnica incide em áreas específicas e que pode melhorar a qualidade de vida do ser humano em geral, mas de forma alguma pode substituir tratamentos prescritos pelo médico. 
 
Descrição: 
 
Em 2006, Facioli descreveu que: "A hipnose, em termos mais estritamente descritivos, é o procedimento de sugestões reiteradas e exaustivas, aplicadas geralmente com voz serena e monotónica em sujeitos que algumas vezes correspondem às mesmas, realizando-as, seja no plano psicológico ou comportamental. 
 
A pessoa hipnotizada também costuma relatar alterações de perceção e consciência durante a indução hipnótica. E em alguns casos, respondem de modo surpreendente ao que lhes é sugerido, o que pode incluir, por exemplo, anestesia, alucinações, comportamento bizarro e ataques convulsivos." 
 
Efeitos: 
 
A Hipnose é entendida como um fenómeno neurológico, psicológico ou social, sendo que, os efeitos analisados pelos vários intervenientes neste processo, classificam a Hipnose como uma terapia que merece ser aprofundada e estudada, pelo que são válidas as tentativas sensatas e sinceras para a compreender e aplicar. 
 
Método: 
 
A Hipnose consiste num conjunto de técnicas psicológicas e fisiológicas que se utilizam para a alteração progressiva da atenção. 
 
Durante este processo, o grau de suscetibilidade à hipnose é medido pela capacidade dos pacientes em se desligarem do mundo exterior e de se concentrarem nas experiências sugeridas pelo hipnólogo. 
 
Quanto maior for essa capacidade, maior serão as possibilidades do paciente desenvolver fenómenos hipnóticos sugeridos, dentre os quais podemos destacar: amnésia total ou parcial da experiência hipnótica, anestesia, modificação da perceção, alucinações, crises histéricas, estimulação da memória, modificação das respostas fisiológicas, entre outros. 
 
Refira-se que, quando um hipnotizador induz um transe hipnótico, estabelece uma relação ou comunicação muito estreita com o hipnotizado, relação essa baseada na empatia e na confiança, fatores essenciais para o correto desenvolvimento da atividade. 
 
Aplicações: 
 
Por se tratar de uma técnica capaz de alterar progressivamente o estado de consciência do sujeito, a sua aplicação estende-se a um vasto conjunto de situações perturbadoras no sujeito, sendo que a ação em termos psicológicos é o ponto fulcral da Hipnose.  
 
Neste sentido, é possível tratar alguns problemas de comportamento, como o tabagismo, as disfunções alimentares (como anorexia, bulimia, desnutrição e obesidade), bem como a insónia, a dor de dentes, a ansiedade, o pânico entre muitos outros problemas onde a dor persista. 
 
Convém salientar que, ao mesmo tempo, a Hipnose não pode ser utilizada sem fins éticos ou sem ter em vista uma melhoria do estado geral do paciente. 
 
Evolução da Hipnose: 
 
A versão mais abrangente da Hipnose é a Escola da Hipnose Ericksoniana que também é conhecida como Hipnose Moderna, pelo motivo de utilização do método conversacional ou simplesmente o uso coloquial das palavras. 
 
Com uma conversa tradicional ou através do relato de histórias a pessoa é levada a um estado alterado de consciência, o que facilita o entendimento, o processamento e a interação inconsciente. 
 
Refira-se que, por detrás deste processo de estudo e sugestões científicas, estão um conjunto de especialistas que apresentaram as suas interpretações e deram o mote para que Milton Erickson, médico psiquiatra americano entre 1901e 1980, introduzisse as técnicas modernas de hipnose. 
 
Tudo porque Erickson iniciou uma nova era para os profissionais que utilizam a hipnose, com o fim da imposição para mero alívio de sintomas. 
 
Técnicas da Hipnose: 
 
Apesar de muitas vezes serem vulgarmente utilizadas, as técnicas abaixo descritas assumem um cariz terapêutico: 
 
-Fixação do olhar; 
-Sugestões verbais; 
-Indução de relaxamento ou visualizações; 
-Concentração de foco de atenção, geralmente interiorizado; 
-Aplicação de um estímulo de qualquer natureza, repetitivo, rítmico, débil e monótono; 
-Utilização de aparelhos eletrónicos, com estímulo de ondas cerebrais alfa. 
 
Características do estado hipnótico: 
 
Refira-se que Transe hipnótico não é inconsciência, ainda que, durante a indução hipnótica se utilizem expressões como “durma e sono”. 
 
Essa metodologia aplica-se porque essas palavras criam a disposição correta para o surgimento do transe, pelo que não significam um estado inconsciente. 
 
O paciente em transe percebe claramente o que ocorre à sua volta, e pode relatá-lo posteriormente. 
 
Aplicações da Hipnoterapia: 
 
Há muitos cientistas que acreditam no poder da hipnoterapia para o tratamento de doenças orgânicas e funcionais, existindo um leque muito alargado de doenças em que não existe lesão ou comprometimento da estrutura de determinado órgão, mas que ocorre a dor. 
 
Estas doenças são conhecidas como doenças funcionais, e nesse grupo de patologias a hipnose, assim como o efeito placebo, obtém excelentes resultados em situações como estas: 
 
- Neurológicas: Enxaquecas e outras cefaléias crónicas; certas tonturas e vertigens ou zumbidos; 
- Digestivas: Gastrites; dispepsias; obstipações; certas diarréias crónicas (síndrome do cólon irritável); halitose; 
- Respiratórias: Asmas brônquicas; rinites alérgicas; ressonar e apnéia do sono; 
- Genitourinárias: Enurese noturna; incontinência urinária; disúria funcional; dismenorréia; tensão pré-menstrual. 
- Sexuais: Impotência psicológica; frigidez e vaginismo; ejaculação precoce; diminuição da libido; 
- Dérmicas: Urticária e outras alergias; doenças de pele associadas a fatores emocionais; 
- Cardiovasculares: Hipertensão arterial essencial, certas arritmias cardíacas. 
 
A prática da hipnose pode predispor o organismo como um todo para a cura ou manutenção da saúde. Sendo de destacar o conjunto de doenças cujos efeitos da Hipnose são meramente psicológicos e capazes de conferir ao sujeito uma maior aceitação do problema e mais vontade de lutar contra a doença, como é o caso do cancro e de outros problemas de saúde graves. 
 
Ainda assim, existem resultados visíveis em determinados problemas de saúde tais como: 
 
- Tratamento de distúrbios psicológicos 
- Ansiedade, pânico, fobias, depressão e outros. 
- Tratamento e cura de hábitos e vícios 
- Intervenção na gestação e no parto; 
- Tratamento da disfunção alimentar; 
- Prática desportiva mais intensa e com melhores resultados. 
 
Nota:Este artigo é meramente informativo e visa alargar os horizontes de quem se interessa por este tipo de temáticas relativas á saúde e que, visam essencialmente melhorar a qualidade de vida através do conhecimento, pelo que requer mais informação e um aconselhamento adequado.